Porto Alegre saúda a Rainha das Águas
Uma cidade banhada por um imenso lago só poderia ter como padroeira uma santa ligada às águas
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A devoção à Senhora dos Navegantes chegou em Porto Alegre em 1869 e os festejos vêm sendo realizados no dia 2 de fevereiro, tornando-se uma das maiores festas religiosas do sul do Brasil. Em 2010 a Prefeitura declarou a festa Patrimônio Histórico Imaterial de Porto Alegre.
Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes
Desde a década de 1920, a festa vem atraindo grande quantidade de devotos de Iemanjá, também conhecida como Rainha do Mar de acordo com as tradições da umbanda e do candomblé.
Iemanjá é uma divindade feminina africana, de pele negra, intitulada mãe dos orixás da umbanda e do candomblé. É conhecida não somente pela proteção dos pescadores, mas também pela fartura, força espiritual, auxílio a mulheres e seus filhos, matrimônios e partos.
Já o nome Nossa Senhora dos Navegantes é uma criação do catolicismo.
A associação entre Iemanjá e Nossa Senhora ocorreu durante o período colonial brasileiro, quando as pessoas escravizadas foram obrigadas a reinventar sua religião para manter seus cultos. O arquétipo materno que ambas carregam, já que Maria é mãe de Jesus e Iemanjá a grande mãe de todos, contribuiu para esta aproximação.
O objetivo da cerimônia realizada no dia 2 de fevereiro, de acordo com as tradições da umbanda e do candomblé, é o mesmo: agradar à Rainha do Mar, para que ela continue abençoando os pescadores e marinheiros.
As comemorações da padroeira de Porto Alegre iniciam em janeiro e culminam no feriado local de 2 de fevereiro com uma imensa procissão de fieis. Em paralelo, na noite que antecede a data, os devotos de Iemanjá realizam seus rituais à beira do Lago Guaíba.