Pano que se faz vivo

Mais do que cobrir, os panos identificam e enfeitam

Rose Brogliato

Rose Brogliato

03/02/2022
Pano que se faz vivo Adobe Stock/NBE

3 min de leitura

Toda roupa começa com um pano. Às vezes, o pano mesmo é a vestimenta. E quase sempre o simbolismo é muito maior do que cobrir o corpo, o tecido se faz vivo e vira um ícone cultural. Este é o caso dos panos coloridos que cobrem, acolhem, identificam e enfeitam as pessoas – especialmente as mulheres – em várias partes do mundo.

Há inúmeros nomes para os panos: canga, capulana, sari, sarong, pareô, panô, chale, kitenge, lenço, véu... O nome varia, mas é um mesmo retângulo de tecido colorido que faz parte do cotidiano ao redor do mundo. Alguns se destacam pela riqueza de significado:

Canga

No Brasil é a “canga” coloridíssima que aparece no verão, nas praias, gramados e piscinas. Usada como saída de praia ou para estender no chão é uma peça versátil que pode virar saia, vestido, blusa e até bolsa, isso tudo com as diversas amarrações possíveis de fazer. Herança que veio junto com as mulheres africanas escravizadas, foi absorvida e reinventada para a leveza do litoral brasileiro.

Capulana

Rose Brogliato

Em Moçambique e Angola, é chamada “capulana”, usada para vestir, limpar, embrulhar as crianças ou carregá-las às costas. Aparece até como toalha ou cortina. As capulanas são um presente que significa homenagem. Revelam riqueza histórica em estampas que têm nomes relacionados a acontecimentos. Há capulanas específicas para cerimônias mágicas, para casamento ou luto.

Rose Brogliato

A origem é do século IX, com tecidos de lenços trazidos do Oriente. As mulheres cortavam as peças em retângulo para melhor aproveitamento. Depois os mercadores passaram a encomendar na Ásia e na Índia panos do tamanho que as mulheres moçambicanas queriam, com estampas inspiradas no sari indiano e no sarong indonésio. Mais tarde Moçambique aculturou as capulanas, estampando a fauna e a flora de suas savanas.

Em outros lugares da África as mulheres também usam o mesmo tipo de pano retangular colorido com cores vibrantes. No Quênia chama-se “kanga” e é muito comum que contenha frases e retratos de dirigentes religiosos ou políticos, assim como em Zanzibar, no Malawi e na Tanzânia. No Senegal, é “pagne”.

Sari

Vera Mari Damian

Na Índia é o “sari”, vestimenta tradicional das mulheres que significa justamente “pedaço de pano”. Tem função decorativa e funcional, pois auxilia nos extremos de temperatura daquele país: é fresco no verão e protege no inverno. As mulheres costumam usar saris de diversos tecidos regionais, desde o algodão até a seda, com pinturas, cores e bordados. Muitas vezes a padronagem indica a posição social ou “casta”. A criatividade é muito grande no uso dessa peça, existem mais de cem formas de usar um sari! Os vermelhos são os mais importantes, usados em casamentos e celebrações, pois essa cor é elevada e auspiciosa para o hinduísmo.

A Índia é um país pioneiro na confecção e tingimento de tecidos, é o berço do algodão e de tempos em tempos inspira a moda do mundo, de hippies a marcas luxuosas a partir dos encantadores saris.

Sarong

Na Indonésia é o sarong, vestimenta para cobrir as pernas. Geralmente um tecido retangular enrolado na cintura, como uma espécie de saia tubular que vai até o calcanhar. É utilizado também em outros lugares como o Sul da Ásia, Sudeste Asiático, Península Arábica e Ilhas do Pacífico. Apesar da aparência de saia, homens e mulheres usam o sarong, estas com estampas de flores e animais e aqueles com estampas em xadrez.

E você, com que pano costuma sair por aí?

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Rose Brogliato

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Jornalista

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