Perda auditiva nos idosos: fique atento!
Surdez faz parte do processo degenerativo ligado ao envelhecimento, mas a correta avaliação aponta a melhor forma de tratar o problema.

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A perda auditiva nos idosos faz parte do processo natural de envelhecimento, mas é importante avaliar o grau de surdez ligado a essa questão degenerativa para que seja apontada a melhor forma de tratar o problema. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem hoje mais 470 milhõesde indivíduos com algum tipo de deficiência auditiva.
Mas outro dado preocupa: de acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, mesmo após a realização de exames audiológicos, pacientes costumam demorar, em média sete anos para procurar ajuda especializada - o que pode levar à surdez definitiva.
Primeiros sinais da Presbiacusia
De acordo com a fonoaudióloga e especialista em Audiologia, Rosmery Scomazzon, a perda auditiva em idosos - chamada Presbiacusia - ocorre pelo avanço da idade e pelo envelhecimento das células ciliadas da cóclea**, onde os sons agudos são os primeiros a serem atingidos.** “O problema vai aparecendo de forma bem gradativa, por isso, muitas vezes a pessoa não percebe que não ouve mais os sons dos pássaros, o barulho da chuva, do vento, o tic-tac do relógio e outros sons que ficam na região dos agudos”, detalha.
Segundo Rosmery, os primeiros sinais incluem a elevação do volume na hora de ouvir a TV, a falta de compreensão durante conversas, surgimento da necessidade constante de olhar para a boca de quem está falando, dificuldade para identificar a localização da fonte sonora (lado esquerdo ou direito, na frente ou atrás), necessidade de pedir para repetir o que é dito, zumbido nos ouvidos e, por fim, o isolamento social.
Avaliação da perda auditiva
A fonoaudióloga explica que a única forma de avaliar uma perda auditiva é através dos exames clínicos, mais precisamente a Audiometria. Ela detalha: “É como um ‘check-up’ para os ouvidos, que nos ajuda a entender como alguém escuta os sons ao seu redor. É como se os ouvidos tivessem uma “escala de volume” e a audiometria mede em que ponto dessa escala a pessoa consegue ouvir diferentes sons”.
De acordo com Rosmery, o exame é realizado em uma cabine especial, isolada de ruídos externos, para que os resultados sejam precisos. Ela explica que durante a avaliação, a pessoa usa fones de ouvido e escuta sons de diferentes frequências (como apitos ou bips), indicando quando ouve cada som. “O fonoaudiólogo vai variando a intensidade dos sons e anotando os resultados em um gráfico chamado ‘audiograma’, que revela se há alguma perda auditiva e o grau dessa perda”.
Por fim, a profissional chama a atenção para o fato de que muitos idosos resistem na hora de procurar ajuda. “Nessas horas, é preciso lidar com a situação com muito amor e paciência, passando as informações corretas e encaminhando a pessoa para uma consulta com um profissional da área que possa explicar todos os benefícios de sentir o prazer de ouvir o mundo novamente”, afirma.
Consequências da perda auditiva na terceira idade sem tratamento adequado:
- Ansiedade
- Hipertensão
- Depressão
- Declínio neurológico, demências e outras comorbidades associadas como Alzheimer, Parkinson etc.
- Problemas neurológicos (decorrentes da falta de estímulos auditivos no processamento auditivo central).