Exercite seu cérebro!
Prática ajuda na memória e retarda o envelhecimento

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Engana-se quem pensa que o cérebro é um órgão imutável. Assim como exercitamos o corpo para conseguir um melhor condicionamento físico, podemos treinar o cérebro para aumentar o seu desempenho. Isso acontece devido à neuroplasticidade, ou maleabilidade cerebral, que está relacionada com a capacidade do órgão de se adaptar às mudanças, sejam elas positivas ou negativas.
Investir em técnicas e treinamentos para estimular o cérebro e melhorar o seu desempenho é uma estratégia positiva para todas as idades e se torna ainda mais importante com o passar dos anos.
O neurocientista norte-americano Michael Merzenich é um dos pioneiros nessa área e já fez diversos estudos para constatar a possibilidade de criar novas conexões e circuitos neuronais ao longo da vida a partir de estímulos.
Para ele, o cérebro tem a capacidade de se modificar a cada dia, ganhando ou perdendo habilidades de acordo com o uso.
A neuroplasticidade entra em ação em diversas ocasiões. Na área da saúde, ela contribui, por exemplo, com o tratamento de doenças que envolvam lesões neurais, como traumatismo craniano e o acidente vascular cerebral, que causam sequelas que podem comprometer os movimentos, a fala etc.
Sendo assim, alguns exercícios ajudam a estimular o cérebro e as funções motoras para que o paciente tenha mais qualidade de vida.
A área da psicologia é outra que se beneficia da maleabilidade cerebral, uma vez que ela ajuda o indivíduo a se adaptar às mudanças, tratar depressão e mudar hábitos ou atitudes negativas. O tratamento deve ser feito com técnicas adequadas para estimular as sinapses, que são a comunicação entre um neurônio e outro, e alcançar a readaptação do cérebro.
Além disso, a neuroplasticidade ocorre diariamente sempre que aprendemos algo novo, como andar de bicicleta, aprender um instrumento, etc.
Michael Merzenich conta em seu livro “Soft-Wired: How the New Science of Brain Plasticity Can Change Your Life”, sem tradução para o português, quais são os fundamentos para desenvolver a plasticidade cerebral no dia a dia.
Segundo ele, para realizar uma mudança, é necessário manter o cérebro motivado, e para isso é preciso foco.
Outro fundamento é sobre a regularidade: a prática deve ser constante para que as conexões entre os neurônios se tornem mais fortes.
A importância do treinamento cerebral
Investir em um treinamento específico para esse órgão faz com que novas conexões sejam criadas, agregando diversos benefícios para o indivíduo — um dos principais é combater o envelhecimento cerebral.
A estratégia pode ser aplicada com crianças e jovens em fase escolar, adultos e idosos. Ela é útil, por exemplo, para desenvolver o raciocínio e a criatividade, fortalecer a memória, contribuir com a socialização, entre outros benefícios.
Em um primeiro momento, treinar o cérebro pode parecer complexo, não é mesmo? Mas isso acontece sempre que aprendemos uma habilidade nova ou vivenciamos algo diferente. Se dedicar ao aprendizado de um novo idioma é uma forma de trabalhar essa parte do corpo. Além disso, jogos de tabuleiro, exercícios de raciocínio lógico, meditação e até vídeo games podem cumprir essa função.
A meditação é mais uma estratégia positiva. A atividade traz inúmeros benefícios para o corpo e a qualidade de vida, tais como tranquilidade, redução da ansiedade, entre outras. Em relação ao estímulo para o cérebro, ela auxilia na concentração, no aprendizado e na prevenção do envelhecimento cerebral.
Um dos segredos da ginástica cerebral é aumentar o grau de dificuldade com o passar do tempo, para que o órgão não entre em uma zona de conforto e para que seja constantemente desafiado.
Contudo, para ter sucesso, é importante manter a frequência e aumentar a dificuldade do desafio com o passar do tempo.