Os melhores guardiões das florestas
Metade das florestas está sob sua proteção
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As taxas de desmatamento na América Latina e no Caribe são significativamente mais baixas em áreas indígenas e de comunidades tradicionais onde os governos reconhecem formalmente os direitos territoriais coletivos.
Melhorar a segurança da posse desses territórios é uma maneira eficiente e econômica de reduzir as emissões de carbono.
Essa é uma das principais elaboradas do relatório “Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais e a Governança Florestal”, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (FILAC) .
A pesquisa também sugere que este papel protetor está cada vez mais em risco, à medida que a Amazônia se aproxima de um ponto de inflexão, o que pode ter efeitos preocupantes nas chuvas e na temperatura e, eventualmente, na produção de alimentos e no clima global.
“Os povos indígenas e comunidades tradicionais, e as florestas em seus territórios, desempenham um papel vital na ação climática global e regional e na luta contra a pobreza, a fome e a desnutrição. Seus territórios contêm cerca de um terço de todo o carbono armazenado nas florestas da América Latina e do Caribe e 14% do carbono armazenado nas florestas tropicais do mundo”, disse o representante regional da FAO, Julio Berdegué.
“Quase metade (45%) das florestas intactas da bacia amazônica é encontrada em territórios indígenas”, disse Myrna Cunningham, presidente da FILAC.
“A evidência de seu papel vital na proteção da floresta é cristalina: enquanto a área de floresta intacta tolera apenas 4,9% entre 2000 e 2016 nas áreas indígenas da região, nas áreas não indígenas refletidas 11,2%. Isso deixa claro por que sua voz e visão devem ser levadas em consideração em todas as iniciativas e estruturas globais relacionadas às mudanças climáticas, biodiversidade e silvicultura, entre muitos outros temas”.
Os melhores resultados foram observados nos territórios de povos indígenas com títulos legais coletivos reconhecidos: entre 2000 e 2012.
O documento afirma a importância de revitalizar culturas e conhecimentos tradicionais, fortalecendo a governança territorial e apoiando organizações de povos indígenas e tradicionais, reconhecendo o papel fundamental da juventude indígena e das mulheres indígenas.
Fonte: CicloVivo
Para entender de forma didática a problemática de desrespeito dos territórios indígenas, acesse [AQUI](http s://www.youtube.com/ watch?v=y_tKDCBimTQ) o tutorial que a Agência Pública elaborou em 2016.
De lá para cá, as perdas de território dos indígenas para o garimpo e o desmatamento foram ainda mais intensificados.