Carta “Em defesa do Pampa”
Documento da ARI encerra o evento que reuniu especialistas para debater a preservação do Pampa

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A Carta do 13º FIMA com as conclusões do Fórum Internacional de Meio Ambiente foi lida ao final dos trabalhos do 13º Fórum Internacional do Meio Ambiente – FIMA, realizado em Porto Alegre nos dias 26 e 27 de março de 2025, numa promoção da Associação Riograndense de Imprensa.
Na Carta, a entidade apela às autoridades federais, estaduais e dos municípios, às comunidades, todos geograficamente envolvidos, “para que sigam as orientações dos pesquisadores e ambientalistas sem inviabilizar atividades essenciais para o bem estar dos povos da região”.
A ARI também propõe ainda “a criação de um Fórum permanente de defesa e apoio ao campo, para preservar o modo de vida, os usos e costumes. Uma grande construção para o Pampa ser percebido corretamente pela sociedade civil, sendo um modo de defesa coletiva e cobrança de política públicas para o Bioma”.
Glaciologistas do Centro Polar e Climático da UFRGS, Jefferson Cardia Simões e Francisco Eliseu Aquino, trouxeram dados alarmantes sobre os impactos das mudanças climáticas sobre o Pampa
Segue a íntegra da Carta do 13º FIMA: EM DEFESA DO BIOMA PAMPA
Ameaçado pela supressão da vegetação nativa, monoculturas, pelo uso de agrotóxicos e pela mudança climática, o Bioma Pampa precisa cada vez mais de defensores, de atenção e de visibilidade.
Por isso a Associação Riograndense de Imprensa — ARI, no ano em que completa 90 anos e em cumprimento à sua vocação de promover debates democráticos e humanitários de interesse da sociedade gaúcha e brasileira, escolheu o Bioma Pampa como tema central do seu 13º Fórum Internacional do Meio Ambiente, realizado nesta semana no auditório do Memorial da Assembleia Legislativa do Estado, no Centro da Capital.
Durante dois dias, pesquisadores, técnicos, ONGs, empresários, políticos, jornalistas, representantes de instituições públicas e interessados debateram alternativas para salvar, proteger e conservar o espaço geográfico e a riqueza biológica do único Bioma que no Brasil está apenas no território gaúcho, estendendo-se pelo Uruguai e a Argentina.
Nos dois dias de debates, os palestrantes reafirmaram a urgência de políticas públicas efetivas e ações ambientalmente sustentáveis que conciliem atividades econômicas com a produção de alimentos no Bioma.
Considerando a importância econômica e cultural do Bioma para o Estado, assim como sua essencialidade para o equilíbrio ambiental, a Associação Riograndense de Imprensa apela às autoridades federais, estaduais e dos municípios, as comunidades, todos geograficamente envolvidos, para que sigam as orientações dos pesquisadores e ambientalistas sem inviabilizar atividades essenciais para o bem estar dos povos da região.
Como escreveu o poeta Jayme Caetano Braun – o Pampa é uma bandeira da identidade continental: “Pampa – matambre esverdeado/ dos costilhares do prata/ que se agranda e se dilata/ de horizontes estanqueados,/ couro recém pelechado/ que tem pátria nas raízes/ aos teus bárbaros matizes,/ os tauras e campeadores/ misturam sangue as cores/ pra desenhar três países/”.
Defendemos que o Poder Público, em todas as esferas, trabalhe proativamente para manter a integridade do Bioma Pampa, promova a pecuária extensiva, preferencialmente orgânica, ouvindo a sociedade civil, que é partícipe essencial para qualquer transformação social que promova o bem-estar coletivo em bases ecológicas e, por isto, permanentes.
A ARI propõe ainda a criação de um Fórum permanente de defesa e apoio ao campo, para preservar o modo de vida, os usos e costumes. Uma grande construção para o Pampa ser percebido corretamente pela sociedade civil, sendo um modo de defesa coletiva e cobrança de política públicas para o Bioma.
Pensem todos e ajam para salvar o Pampa.
Associação Riograndense de Imprensa
Março de 2025