Emoções se destacam em lançamentos na Feira do Livro
Agende-se para os lançamentos e sessões de autógrafos. A Feira do Livro de Porto Alegre acontece de 1º a 20 de novembro, na Praça da Alfândega
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JOANA VIROU ESTRELINHA
O autor estreante Mário Bertani traz uma obra carregada de emoção e de reflexão. Uma homenagem póstuma do autor à sua filha Joana, que faleceu aos 5 anos de idade, em um acidente na piscina, no dia 12 de novembro de 2005.
A motivação para a escrita surgiu após Bertani compartilhar uma publicação em seu perfil no Facebook sobre a perda da filha, em 2006. Ele recebeu uma mensagem de um homem agradecendo, pois sua esposa, que enfrentava depressão, encontrou consolo e conseguiu se curar após ler o relato. Segundo Bertani, todos que tiveram acesso a esta postagem se emocionaram.
Neste ano, impulsionado pelo "desespero" de alguns amigos que também perderam seus filhos em diversas circunstâncias, Mário Bertani começou a escrever a história de sua filha. Seu objetivo foi transmitir uma mensagem de consolo a esses pais, incentivando-os a mudar sua perspectiva: “ao invés de focar na perda, é importante valorizar a oportunidade que tiveram com seus filhos”.
Joana nasceu com Síndrome de Down e enfrentou desafios desde o nascimento. No início do livro, ele narra o difícil parto em que, tanto a mãe quanto a filha, enfrentaram, inclusive com riscos à vida. Após um período na UTI, Joana cresceu cercada pelo amor da família e recebeu todo o suporte médico e terapêutico necessário.
A narrativa é entremeada por momentos de alegria e dor.Bertani compartilha memórias da infância da filha e as tentativas de buscar tratamentos na Europa, sempre movido pela esperança e pelo amor incondicional.
O relato ganha contornos ainda mais profundos ao descrever o dia da partida de Joana. Enquanto se dirigia a um jogo de futebol com seu filho João Pedro, Bertani recebeu a trágica notícia da morte da filha. A obra também revela sinais premonitórios da menina, que expressou à avó sua intenção de "ir para o céu" e se despediu da escola levando para casa todo o seu material escolar, justo no dia do acidente fatal.
"Joana Virou uma Estrelinha" não é apenas um relato sobre perda; é uma celebração da vida e do amor que transcende a dor”, relata o autor. Segundo ele, a obra promete tocar o coração dos leitores e provocar reflexões sobre a importância dos laços familiares. Trata-se, segundo Bertani, de uma oportunidade para aqueles que desejam compreender melhor as nuances da paternidade e do luto. O autor oferece não apenas um relato sobre perda, mas também uma reflexão sobre a fragilidade da vida e a força do amor paternal.
O MENINO QUE VIU O DISCO
De autoria de Roberto Rech, apresenta a história de Artur, um menino adotado que, durante uma visita à Fazenda do Arrepio, de seu avô Peter, vive uma experiência incomum.
Em uma noite marcada por eventos singulares, Artur é levado ao espaço por seres de uma nave, que lhe revelam informações secretas sobre a Terra e seu papel no universo. No ambiente distinto em que se encontra, o menino também recebe ensinamentos importantes sobre a conduta humana e as relações entre as pessoas.
Com 32 páginas ilustradas por Fernando Bragança, a obra articula aventura e aprendizado, proporcionando uma narrativa envolvente. Ao abordar questões sobre o conhecimento do universo e as interações humanas, o livro oferece uma reflexão significativa, estimulando nas crianças um interesse mais profundo pelo mundo ao seu redor e pelos valores que regem a convivência em sociedade.
JAPÃO MEMÓRIAS DA ERA SHOWA
A advogada e escritora Isolda Berwanger Bohrer descreve nesta obra sua experiência durante as viagens que fez para o Japão, a partir dos anos 80, para visitar o irmão que lá morava.
Após meses de conhecimento local, de volta ao Brasil, atuou como secretária no Consulado Geral do Japão em Porto Alegre (RS), sua cidade natal, por seis anos. “Os ensinamentos que o Japão me trouxe estão guardados em mim até hoje. Influenciaram na minha vida, muito me acrescentaram e me abriram novas oportunidades”, afirmou.
A oportunidade de estar em um lugar diferente, vivenciar e passar para além das informações recebidas indiretamente é algo que deixa marcas inesquecíveis. Estar em um local diverso é sentir o calor ou o frio do lugar, os sons, os aromas, o colorido, a alegria, o cansaço, a convivência com pessoas diferentes, as emoções e as observações pessoais, o aflorar do instinto de sobrevivência, enfim, tudo o que somente a experiência pode trazer.
INSANA VERDADE
Romance policial, do escritor Cassiano Santos Cabral, envolve dois assassinatos, os quais, segundo o autor, desafiarão a imaginação do leitor dada a pluralidade dos suspeitos. A história, ambientada em Porto Alegre, narra a vida de Olavo, um personagem que enfrenta desafios e dilemas existenciais. Explora temas como a busca pela verdade, a luta interna entre o que é real e o que é ilusório, e as consequências das escolhas.
Em sua jornada, o personagem principal se depara com situações e pessoas que o levam a questionar suas crenças e valores. O enredo mistura elementos de drama e de reflexão filosófica, proporcionando ao leitor uma imersão profunda nos conflitos internos do protagonista. Ao longo da narrativa, Olavo, em uma clínica psiquiátrica, aprende a lidar com suas inseguranças, revisita sua vida e seus relacionamentos enquanto lida com a solidão e a fragilidade da velhice, e acaba por descobrir a importância do amor “em um mundo de aparências”.
De acordo com o escritor, a história traz à tona emoções profundas e uma sensação de reclusão. “Além disso, o amor por um neto é uma parte essencial da trama, simbolizando a continuidade da vida e a renovação dos sentimentos”, destaca.
A obra é rica em simbolismos e provocações, estimulando o leitor a refletir sobre suas próprias verdades e percepções.
Cassiano Santos Cabral é advogado, especialista em Direito Público, sócio do IARGS, escritor com seis obras publicadas nas modalidades de poesia, crônica, conto e romance policial. Escritor premiado em diversos certames literários em concursos nacionais e também em Portugal, Suíça, Estados Unidos e Itália. É chanceler honorário das artes em Londres e sócio fundador da London Writer Society. Coautor de diversas antologias literárias.
A obra é prefaciada por Ana Mendes, luso angolana helveta acadêmica em oito academias de letras, com nove obras publicadas.