Cultura de Paz Urgente!
A paz é um caminho que começa no autoconhecimento

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Elisa Dorigon*
“Não existe um caminho para a paz. A paz é o caminho”, já dizia o maior pacifista que o mundo já conheceu, o indiano Mahatma Gandhi.
Ele pregava a necessidade de termos uma vida simples e resistirmos a um modo de vida acelerado, consumista, individualista, característico do homem da sociedade atual. Como Gandhi dizia: “devemos ser a mudança que queremos ver no mundo” e, neste sentido, desenvolver nossa paz interior para expandirmos estes ideais.
Toda a humanidade é uma só família, dizia o pacifista que enfrentou o ódio e muitos perigos em seu tempo, mas sua filosofia prática de disseminar a paz e a não violência ajudou a libertar a Índia e serviu de modelo para o avanço dos direitos civis em todo o mundo.
Assim como Gandhi, o filósofo, escritor, orador e educador indiano Jiddu Krishnamurti também pregou a paz, através do autoconhecimento e ação correta.
"Nenhum líder vai nos dar a paz, nenhum governo, nenhum exército, nenhum país. O que vai nos dar a paz é a transformação interior que nos conduzirá à ação exterior. A transformação interior não é isolamento, desistência da ação exterior. Ao contrário, só pode haver ação correta quando há o pensamento correto, e não existe pensamento correto quando não existe autoconhecimento. Sem conhecer a si mesmo, não existe paz."
Propagadora de uma cultura de paz através do Budismo Zen, a Monja Coen acredita que se a paz não começar em nós, não começará.
“Se nosso estado é de rancor, vingança e demonstração de força, não conseguiremos transformar a violência em paz ativa. Procuro construir uma cultura de paz, provocando nas pessoas um olhar mais abrangente e um aprofundamento na consciência do mais profundo em nós mesmos. Quando despertamos para o nosso ser, nossa natureza verdadeira, nos tornamos cuidadores da terra, do planeta e dos relacionamentos humanos”.
Segundo a monja, criar uma cultura de paz começa na maneira como falamos, agimos e pensamos, expandindo a todos aqueles que encontramos.
“Observe as discriminações e os preconceitos que ainda carrega, às vezes milenares, e trabalhe com isto. A cultura de paz é uma maneira de viver que deve ser cultivada em todos os setores de uma sociedade”.
Para Cohen, se quisermos transformar uma cultura de violência em uma cultura de paz, precisaremos ter muita resiliência, e mais do que tolerar, saber compreender e respeitar.
Um encontro da Monja Coen com o historiador Leandro Karnal para uma conversa sobre a questão da cultura da paz e como ela poderia ajudar na construção de uma sociedade mais tranquila e menos violenta, acabou resultando na publicação do livro O Inferno Somos Nós - Do Ódio à Cultura da Paz.
No livro, Karnal dá dicas de como realizar esta mudança. “Começamos pela compaixão, pela capacidade de sentir com os outros e reconhecer todos como seres humanos. Além disso, o conhecimento de si ajuda a não transferir, automaticamente, frustrações para outros campos, como trânsito e redes sociais. Por fim, o velho conselho medieval: odiar o pecado e amar o pecador. Odeio o crime, o tráfico de drogas e de pessoas e a corrupção. Porém, o criminoso continua sendo uma pessoa com direitos”, diz o historiador.
E nós?
Para a instalação de uma cultura de paz, de forma efetiva, é preciso que as pessoas busquem conteúdos, cursos e práticas que abordem e estimulem atitudes geradoras da paz, da evolução e harmonia. Abaixo sugerimos algumas atividades:
- Meditação e autoconhecimento
- Psicoterapia e Terapias Integrativas
- Práticas corporais e energéticas
- Biodança
- Voluntariado
- Atenção na escolha de programas de TV, livros e filmes. O que você vê está alimentando que tipo de sentimento e energia?
- Menos tempo de internet e redes sociais. Quando navegar na internet, procure por assuntos voltado ao autodesenvolvimento
Enfim, trabalhe a si próprio e seja mais uma pessoa a ingressar nesta busca de uma sociedade mais justa e mais pacífica. Uma sociedade com uma cultura de paz de verdade só ocorrerá quando um número elevado de cidadãos estiverem nesta frequência. Ao trabalho, amigos!
*Elisa Dorigon é jornalista. Texto publicado originalmente em 2019. Tema sempre atual e necessário.